ESCOLA SUPERIOR
DE TEOLOGIA
LILIAN
GHISSO ARISTIMUNHO
1.ANJOS
Os
anjos aparecem em toda a Bíblia de Gênesis a Apocalipse. Embora não tenha sido
objeto de estudos dos eruditos ao longo dos últimos 200 anos, os anjos estão de
volta em nossos dias, não só na opinião pública, mas, na pesquisa Bíblica, com
seu renovado interesse pela mitologia e pela literatura apocalíptica como pano
de fundo do Antigo Testamento e do Novo Testamento.
1.1. Terminologia
O
termo anjo da língua portuguesa tem origem na palavra latina angelus, que por
sua vez deriva do termo grego αγγελος
(aggelos). Em hebreu, a palavra traduzida como anjo é םלאכ (mal'ak).
A palavra malak ocorre 214 vezes no Antigo Testamento, e a palavra aggelos
ocorre 188 vezes no Novo Testamento, sendo que ambas tem o significado de
mensageiro, representante, enviado ou embaixador. O termo apropriado para esse
estudo é angelogia (do grego angelos, “anjo” e logia, “estudo”, “dissertação”).
Angelogia se constitui na doutrina especifica dentro da teologia Sistemática, a
qual se ocupa em estudar a existência, as características, natureza moral e
atividades dos anjos.
1.2.
Criação dos anjos
Biblicamente
a existência dos anjos é claramente demonstrada pelo ensino do Antigo
Testamento. Os anjos são criaturas, ou seja, foram criados por Deus, eles não
existem desde a eternidade como o próprio Deus o que podemos destacar em
Neemias:
·
"Só tu és SENHOR; tu fizeste o céu,
o céu dos céus, e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há os mares e
tudo quanto neles há, e tu os guardas com vida a todos; e o exército dos céus
te adora[1]“.
Como
exemplo podemos alistar também o salmo 148:
·
"Louvai-o, vós, todos os seus
anjos; louvai-o, vós, todos os seus exércitos. Louvai-o, sol e lua; louvai-o,
vós, todas as estrelas brilhantes. Louvai-o, vós, os mais altos dos céus, e
vós, as águas que estais sobre os céus. Que eles louvem o nome do SENHOR, pois
ele mandou, e foram criados[2]".
1.2.1.
O número de anjos
Os
anjos, ao contrário da raça humana, não têm capacidade reprodutiva como afirma
o evangelista Mateus: No Getsêmani Jesus disse a um discípulo que queria
defende-lo dos que vieram prende-lo: [3].”Acaso
pensas que não posso rogar a meu Pai e ele me mandaria neste momento mais de
doze legiões de anjos? Em vista disso, é perfeitamente seguro dizer que os
anjos constituem um poderoso exercito. Eles não formam uma raça como os seres
humanos, pois são espíritos que não se casam e não nascem uns dos outros. Seu
numero total foi criado no princípio, não há aumento em suas fileiras.
Dessa
maneira supõe-se que o número de anjos não se alterou, pois, tal qual o homem,
eles têm existência eterna, seja para o bem ou para o mal. Contudo, não é
possível determinar quantos anjos foram criados. A Bíblia sempre se refere a
eles através de números metafóricos, indicando grande quantidade, mas em
nenhuma parte há um número exato: "Um rio de fogo escorria e saía de
diante dele. Mil milhares o serviam; e dez mil miríades estavam diante dele. O
tribunal tomou assento, e o juízo, e livros foram abertos[4].”.
Um outro exemplo que se refere ao número de anjos pode ser encontrado em
Hebreus:: "Mas vós vos aproximastes da montanha do Sião e da cidade do
Deus vivo, a Jerusalém celeste, e das miríades de anjos em reunião festiva[5]"
1.2.2.
Gênero dos Anjos
Pela
terminologia também podemos entender que os anjos têm gênero masculino, pois
são assim invariavelmente referidos. Não cabe, portanto, a idéia de que anjos
não teriam gênero definido. Se assim o fosse, seriam estes representados por
palavras de gênero neutro nas línguas de origem, ou em ocasiões seriam
representados utilizando-se palavras de gênero masculino e em outras de gênero
feminino; fatos estes que nunca ocorrem.
[1]
TEB,1996. Neemias 9:6. A longa oração
que se inicia aqui é uma evocação da história dos israelitas desde as origens.
Ela começa por evocar a criação do mundo (Gn 1).
[2]
TEB,1996. Salmo 148: 2-5.
[3]
TEB,1996. Mateus 26:53
[4]
TEB,1996. Daniel 7:10.
[5]
TEB,1996. Hebreus 12:22.
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