1.3. Pressupostos Básicos da Gnose
A
gnose é um conhecimento no sentido de ciência cuja intenção última é ser um com
o objeto desse conhecimento. E pretende fortalecer uma consciência que
transcende as coordenadas de espaço e tempo do mundo presente. O objeto do
conhecimento é Deus e tudo o que deriva dele. Toda a gnose parte da crença em
um Deus absolutamente transcendente, existência que não necessita ser
demonstrada. Conhecer significa ser e atuar enquanto é possível ao ser humano,
no âmbito desse objeto. Conhecer implica na salvação de todo o mal em que possa
o homem estar imerso que venha chegar a esse conhecimento. “O homem espiritual
é redimido por meio do conhecimento. [...] A perfeita redenção consiste mesmo
no conhecimento da grandeza impronunciável.” [1]
A
gnose nasce da angustia inerente da condição humana e pertence ao esforço comum
e básico de muitos movimentos espirituais idealistas. Representa uma
sensibilidade metafísica essencial, no fundo uma tentativa de compreensão
homem-divindade. Sem dúvida a união mística mediante ao êxtase o ato semelhante
não é normalmente o objeto da gnose antiga; tal união só pode se dá no âmbito
do divino fora do material.
O
gnóstico considera que tudo que tem no universo tem sua contrapartida no âmbito
superior da divindade. O que aparece nesse mundo é um reflexo das formas que
existem no seio da divindade. O gnóstico considera as coisas e suas
propriedades nesse mundo não como relações funcionais entre si, mas como
corporizadas, essas relações são hipóstases ou entidades reais.
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